Meu Bem

sábado, 12 de março de 2011 08:55 Postado por ...Eu pré pós avesso...
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Dorme pouco, fala menos ainda, convive com algumas vértebras porque precisa sobreviver. Começou cedo com seus primordiais goles de amnésia imaginária, e vive nessa vida secundária desde então só para passar os tempos primordiais catando andorinhas.
Vida diversificada. Conheceu todos os tipos imaginários de humanos, cantou a maioria, se divertiu com alguns, se apegou a muitos. Por conseqüência, roubaram-lhe a inocência e sucumbiu a futilidade nele. E em cada derretimento de sentidos, em cada decepção, em cada barrocada da vida, parava para os goles de amnésia, que lhe deixava pronto para uma nova história.
Abria o jornal por divertimento, transformava-o logo, logo em bolotas para ser jogado ao vento. Frágil e inseguro, porém mostrava-se titubeante a mais forte ventania, e onde nascesse a chuva e os precipícios lá você o encontrava, e ele te mostraria o quanto poderia voar, mas não voava. O medo de bater as asas era maior que tudo, o medo e o desanimo daquela vida cômoda que vivia. Bater as asas era pedir-lhe demais, era ter que pensar demais e pensar ele não admitia.
Então ela apareceu tão diferente do que ele pensava e possuía coisas tão às avessas da sua vida...
Caminhava distante do precipício, balbuciava ainda a palavra A-V-E-N-T-U-R-A.

1 Response to "Meu Bem"

  1. Marcílio Bezerra Cruz Says:

    "Bater a asa era ter que pensar demais e pensar ele não admitia"
    perfeita frase, perfeito texto. afinal eu já me senti assim e no fim, também balbuciei a palavra aventura.
    =)

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