Tango de calçada

sábado, 29 de janeiro de 2011 09:48 Postado por ...Eu pré pós avesso...
Eu quero agora e quero pra sempre. E agora meu bem, em que lugar virá maldizer minha dor? Se do futuro desgastante me sufocaram a voz que desperdiçaram, e me puseram pra fora e me jogaram no chão e tiraram-me do pódio e em praça pública me saquearam, elevaram minhas roupas e penduraram meus sapatos velhos e no fogo me lançaram pra supor em mim o derretimento das geleiras, e de mim despencaram os truques, os truques de uma vida toda. E o que farei de lamúrias extravagantes que sobram de todos os demais que me entregam de bandeja suas nóias em busca de algum motivo para permanecer vivo? E o que farei com os dias mal dormidos em prol dos sóis avermelhados? E me entregam às postas e fui intimada a resolver os problemas demais e resgatá-los para mim.
Era grande o barulho da chuva, voltei molhada e o frio congelava os meus ossos, abri a geladeira e eles se desgrudaram do corpo, como se fossem de outro corpo, de outra alma, outra face, outra fase... Onde passo e onde nunca estais eu já esqueci o que me falou... Só os outros dos outros conseguem ser fugás. Adormeci...


Qual a cor dos olhos? Já não me recordo qual seu nome...
Qual seu nome?

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