O mundo daí de dentro

sexta-feira, 18 de março de 2011 20:44 Postado por ...Eu pré pós avesso...

Entrei sozinha, existiam vinte e quatro metros de linhas formando figuras e paisagens. Aí voltei para o outside e me deparei com uma prancha simbolizada por guaches. Dropei no primeiro reef cavei e botei no trilho. Eu não pagaria pelas minhas loucuras... Aquelas páginas negras lá do leilão, pareciam brigar por elas, vozes do subúrbio, intercâmbio musical. Gaiola aberta para entender os pelados do campo de combate, mais vivos do que nunca, e seus gritos... Ritmia expansiva.
Subi na grande pedra, grande pedra do poder, não há ambiente mais antagônico, fora uma banca de revistas, claro. Do alto lembrei-me do grito de Paiva a Gregor, um garoto normal que subiu numa pedra e gritou: - Aí, Gregor, vou descobrir o tesouro que você escondeu aqui embaixo, seu milionário disfarçado. Mas não fiz como ele, e logo pensariam em suicídio, e o diabo a agradecer. Rápido, mudo o canal.
O que quer que eu diga parece pesar toneladas a uma bamba Le lê. Vejam, eu tô aqui escrevendo para um povo que deveria olhar com mais interesse para sua vocação autodidata, para sua irresistível vocação de arlequim, fazendo rir e chorar com palhaçadas misturadas às mais sérias emoções, para sua inquestionável capacidade de transformar lixo em ouro e a sua tão grande vocação para a felicidade. Por mais que boa parte não entenda, ignore, jogue fora tais planos. Os artigos, os antigos panos de prato jogados às costas sujas e só voltem para dizer que estão indo embora, sem ao menos ler a bula do cérebro, tentar entender o reino da alegria, mesmo que toda essa raça de sangue suga pareçam conspirar contra. Não precisamos do aval dos outros para entender e valorizar o que temos de melhor, mesmo que transpareça tão bem a nossa tal natureza morta. Mas ainda: que o modelo ideal a seguir, até porque os nós pros da vida andam gastando seus tempos a entender os barzinhos de beira de estrada, escutando alguma coisa que chamam de música e não conseguem digerir. Sofrer é da vida querido, eu lamento. Alguns só sentem prazer pelo vento.  Declaro aqui meu prazer inoxidado pela vida, assim, como diria um cantor de bolero, deixo uma sombra em seu lugar, onde tanjo minha dor e faço minha forma inédita.


    

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