20 e poucos...

terça-feira, 22 de maio de 2012 07:39 Postado por ...Eu pré pós avesso...
...Cabe bem a você agora discernir o que é bom ou ruim, e quem sou eu diante dos detalhes que a vida te trás e trará dia após dias aí nessa decadência...
Corri uns dez quilômetros para ver o navio libra que ancorou tão distante e tão cedo se foi, para trás voltou, tarde demais. Indago se preciso. Tudo para que minha mente tenha funcionalismo, em guilhotinas... Fico até contente e meio que indecisa, Se estou bem não escrevo, se mal estou, escrevo jornais e os leio sempre na volta, no metrô.
Bem à minha frente na cadeira mais alta, aquela que ninguém percebe a diferença, uma garota range os dentes e ainda definia bem a estrutura... Velho de uns 70 anos, pele flácida, corpo caído, ossos frágeis, olhos de vidro, tudo descrito com palavras cruéis que nao cito; mas traduziam de uma beleza irrelevante que ela não via. Seus olhos o submetiam a passar para mim o mundo que carregava nas costas, uma vida enorme, essa beleza irrelevante chamada conhecimento, que escorria aos gomos, vivência das maiores, inteligência das melhores, plenitude na alma, e no avesso eu via moçoilas, pivetinhas mesmo, de seus 17 anos, rudes, ignorantes de corpo e alma, bailarinas trêbadas da vida, rebeldes de criação, e de tudo lhes faltava o mais importante. O que sobrava do outro lado da vibração sonora que chegava pelo vento que entrava pela brechinha que fazia da janelinha de cima do último vagão, e que se fazia bem distante delas, e eu só admirava.       Quase tudo de fora, pernas, braços, bocas, ouvidos e rudimentares... Perdidas nesse espaço chamado terra, perdidas e tão vazias, em quadrados chamados lugares, rindo da inteligencia e maturidade da verdadeira beleza, das marcas da vida, das rugas da alma... Ainda vão aprender que nessa vida não se pode “errar”, e toda a euforia vai passar.
 Nesse ponto de vista tão peculiar, com certeza não me seguirão. Ah, e a luzinha meio verdinha que eu via de longe toda noite em minha janela, apagou, nunca mais vi. Não sei se brilha em outras janelas, e não há nada a fazer. Não sei se vaga-lumes na noite iludida de outras formas, com aquela claridade que me cegava... Mas sei que esse, nao era seu lugar...

0 Response to "20 e poucos..."

Postar um comentário